Ser um cidadão de bem está cada vez mais difícil.
O medo estar presente nos olhares. É um sentimento que preenche o coração das pessoas, mas em especial daquelas que ainda seguem as regras da lei natural, pois sequer ajuda divina não mais se espera.
Todos acreditam que Deus realmente é um Deus, ele não irá amenizar essa situação! Caso faça deixará de ser um Deus, sim, estaria sendo injusto. Por isso a única saída, se é que se pode dizer assim, é tentar viver num mundo carente de paz e de vida.
Nunca se esteve tão difícil viver. Todos estão ameaçados por uma banda no qual o único ritmo tocado é a criminalidade, mas como as coisas estão se invertendo mesmo, esse grupo está fazendo sucesso nacional e internacional, audiência no rádio, na televisão, é destaque em todos os meios de comunicação. Segundo as estatísticas já venderam milhares e milhares de discos e em seu público alvo envolvem as crianças e os lares das famílias. Esse disco vendido é proibido à reprodução pirata. Aí o governo combate mesmo. A lei assegura os direitos autorais.
Sim, eles fazem um som muito tocado, principalmente nos ouvidos daqueles que vivem com as marcas encravadas nos olhares e no coração por terem perdido entes queridos em um show exibido.
A triste realidade de uma família sem o pai ou sem uma mãe está ficando rotineira. Antigamente aconteciam milagres, mas hoje acontece o maior deles:
Apenas o fato de sair de casa e voltar com vida já é uma espécie de “vitória”.
O trabalhador vai orando para trabalho, mas não pode parar e se ajoelhar, senão será assaltado. É assim que funciona para quem vive numa sociedade dependente do crime. Dependente financeiramente, politicamente, e até a moral eles dominam.
Estamos sujeitos a nós mesmos, só que com medo de pessoas diferentes no modo de pensar e agir; gente que por algum motivo de influência mundana focaram sua mente no descaso aos seus semelhantes. Mas é a essa classe de pessoas com o pensamento distorcido, que estamos ficando cada vez mais submissos;
É essa classe de indivíduos apelidados de bandidos a que devemos a falta de paz e segurança.
É graças a esse grupo que hoje vivemos num verdadeiro campo de concentração no qual a grande e única vítima é chamado de “cidadão do bem”.
Sim, além da violência que assola o país, é preciso viver diariamente com as expressões reais de pobreza, miséria, fome e preconceito. São características de uma sociedade que cada vez mais torna-se vítima de uma aristocracia que aflige a maior parte da sociedade brasileira.
É uma vergonha que em pleno século XXI ainda existam crianças que dormem de barriga vazia, sem um teto jogado a mercê das drogas, violência e ladrões que estão no poder.
É uma vergonha ao ver pais que vivem em agonia de não ver uma luz no fim do túnel;
Presenciar a desgraça de sua família desagregando aos olhos de uma sociedade miserável.
É uma vergonha que existam mães que vêem seus filhos morrerem de fome, enquanto existe uma classe de governantes que só enxergam o seu “mundinho”, onde não está incluída essa sociedade desgraçada.
É intrigante saber que tem pessoas que literalmente comem lixo, que vivem em condições sub-humanas, escravo deste sistema que se diz democrático.
Uma justiça determinando que todos sejam iguais perante as leis.
Mas ao se falar de igualdade na sociedade vemos que ela nunca esteve na “moda”, pois sempre há indivíduos que se vêem de um modo ou de outros superiores, com o seu ar de superioridade acreditam ter a capacidade de subjugar o semelhante rebaixando-o por motivos infinitos. Oriundo de uma mente medieval e hipócrita que está focada num círculo de preconceito, revestido com manto da mediocridade.
Mente pobre de pessoas mendigas de conhecimentos realistas e morais, que semeiam a base e vão jogando seu veneno contra o indivíduo considerado inferior, que é julgado por motivos banais criados a critério da mente humana.
Existem infinitas formas encontradas pelo homem de menosprezar a si mesmo. Seja por raça, religião e opção sexual…
Tudo isso é motivo para o homem se odiar, mesmo sem saber.
É impossível ao homem perceber que ao pisar o indivíduo da mesma espécie, está se esmagando.
Os olhos não enxergam nada além que seu presente preconceituoso, e só abrirá os olhos para a realidade quando estiver soterrado em seu mundo de ilusões.
Habitar num país assim é viver sob condição de tristeza e agonia.
O saber que “poucos têm muito e muitos têm pouco” é uma flecha aguda que fere o coração de cada cidadão, pois na constituição isso não é assegurado.
Agora só resta torcer para que esses grupos de “abutres” que se acham racionais, capazes de roubar até de quem não tem nada, possam ao menos deixar com que se faça a última vontade do povo brasileiro: O direito de viver.


