Lá vai o menino descalço e faminto;
Pisando um caminho cheio de espinhos;
Lá vai o menino deixando marca de solidão
Em cada pedaço de chão.
A roupa é a mesma;
A fome é a mesma;
O teto é o céu estrelado
Que ilumina o sonho encantado.
Oh! Que belos sonhos.
São sonhos de esperança;
São vontades e desejos
De uma inocente criança.
Acorda menino. Tu és uma criança!
Enches tua alma de esperança.
Não percas teus sonhos puros e infantis
Nas calçadas de um mundo que não te quis.
Lá vai o menino pela rua de ilusão.
Contornando suas vontades infantis:
Sonha ter um pai; sonha ter uma mãe;
Sonhar sair deste mundo que o expõe.
O pobre menino almeja apenas a um lar;
Um paraíso para sonhar;
Ter um porto seguro tão seguro;
Em que ele possa ancorar.
Pela rua do descaso lá vai o menino;
Marcado pela realidade de seu mundo cruel;
Com leviandade foi jogado no buraco profundo;
Agora com tristeza padece lá no fundo.
Acorda menino. Tu és uma criança!
Enches tua alma de esperança.
Não percas teus sonhos puros e infantis
Nas calçadas de um mundo que não te quis.
Triste menino que agora chora;
Ele não ver a hora de começar a viver.
Menino triste que assisti e vê:
Sua vida é noticiário na TV.
Diz para mim pequeno menino;
Quando encontrarás pelas ruas da cidade
Além da desgraça e miséria,
O que chamamos de verdadeira felicidade?
Pelas ruas da realidade lá vai o menino;
Visto com olhos cruéis pelo seu terrível destino.
Lá vai o menino no deserto da imaginação;
Vendo nas linhas do seu destino tristeza e solidão.
Acorda menino. Tu és uma criança!
Enches tua alma de esperança.
Não percas teus sonhos puros e infantis
Nas calçadas e de um mundo que não te quis.


